Ao
contrário do que pensa a maioria ou o senso comum indica, não existe
nenhum estudo que comprove o menor risco de negócios em sistema de
franchising em Portugal.
Há
muitos estudos sobre franchising e o tema da sobrevivência chamou a
atenção de alguns autores. O investigador americano Timothy Bates
debruçou-se sobre o tema e fez um estudo comparativo para empresas
americanas durante o período 1987 - 1991. As conclusões vão no sentido
inverso do esperado: empreendedores que tivessem aberto negócios
franchisados durante este período tinham menor probabilidade de sucesso
do que aqueles que abrissem seus próprios negócios.
A
razões para isso podem ser as mais diversas e não seria fácil explicar a
razão de tal fenómeno. Uma hipótese plausível poderia ser que
franchisados acabam por ter menos disponibilidade financeira face aos
demais empresários, uma vez que precisam despender quantias
significativas relativas ao direito de entrada.
Esta situação
desfavorável pode acabar por ditar o fim da empresa mesmo a curto prazo.
Há
muitos estudos sobre os factores que podem influenciar o sucesso dos
sistemas de franchising. Nenhum é definitivo, até porque as condições em
cada país diferem e, ainda que possam existir factores comuns que
incrementam a probabilidade de sucesso, não há consenso sobre quais
seriam.
As
estatísticas sobre as taxas de sobrevivência das empresas ao longo do
tempo não costumam variar muito entre países. Estudos há muitos. Em
linhas gerais o que revelam é que cerca de metade das empresas não
sobrevivem ao primeiro ano e menos de 3 em cada 10 chega ao quinto ano.
Ainda
que os números pareçam revelar o cenário de um filme de terror, a
verdade não assusta quem está familiarizado com o tema. O INE, em 2007,
através do estudo Factores de Sucesso das Iniciativas Empresariais,
mostra a envolvente em que a maioria das empresas é criada em Portugal:
muitos empresários com baixas habilitações académicas, que abrem
empresas sem antes haver preparado um plano de negócios e que consultam
os familiares como fonte de conselhos.
Ressalto
duas ilustrações do estudo, que são bastante elucidativas quanto às
altas taxas de mortalidade das empresas portuguesas:
Os
números surpreendem. É exactamente por razões como evitar abrir uma
empresa sem antes possuir uma formação adequada e assegurar que se obtém
apoio de profissionais que os sistemas de franchising existem.
O
que a realidade infelizmente revela muitas vezes é que há redes de
franchising que dão formações parcas ou mesmo não dão formação nenhuma. E
o apoio do franchisador é apenas uma miragem, fruto de promessas vãs
realizadas com muita eloquência enquanto o contrato não é assinado e o
direito de entrada não é pago.
Portanto,
seria sim correcto dizer - apenas por uma questão de lógica - que abrir
um negócio em franchising diminui os riscos na medida em que o
empreendedor é devidamente aconselhado e apoiado por profissionais no
início do negócio. Portanto, se pensa em abrir o seu próprio negócio
através de franhcising, assegure-se de que o franchisador é um
verdadeiro profissional empenhado no seu sucesso e não apenas um caçador
de Direitos de Entrada.
Para
aqueles que tenham interesse em se aprofundar mais no dilema entre
abrir o seu próprio negócio o um franchising, o estudo de Timothy Bates
pode ser encontrado aqui.
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