terça-feira, 10 de julho de 2012

Ouro: A Nova Moda

De tempos em tempos aparecem novas modas no sector do franchising. Exemplo disso foram os conceitos de consultoria financeira e imobiliário que inundaram o mercado há cerca de dez anos. Alguns destes conceitos actualmente já não existem, como é o caso da Fita Métrica, que realizou uma fusão com a Century 21. Outros desapareceram quase à mesma velocidade com que surgiram.

Sem dúvida o ouro é a nova moda do franchising em Portugal. O franchising pioneiro, fundado em 2008, que actualmente também é líder de mercado e quarto franchising com mais estabelecimentos em Portugal é a Valores, que num intervalo bastante curto já abriu mais de 200 estabelecimentos.

Convém chamar a atenção de que até há bem pouco a abertura de um estabelecimento desta rede era considerado um franchising low cost, o que facilitava o acesso a empreendedores das mais variadas envergaduras, assim como a abertura de várias lojas por parte do mesmo franchisado. Efectivamente, há franchisados da Valores que possuem não apenas um ou dois, mas em alguns casos, mais de uma dezena de estabelecimentos.

O êxito desta marca foi tão estrondoso que em poucos anos já havia diversos negócios no mesmo sector: a compra de ouro.
Não é possível realizar uma análise dos vários franchisings de ouro que actuam neste momento em Portugal porque a maior parte deles entrou no mercado há muito pouco tempo, não sendo possível ainda afirmar se são realmente negócios bem-sucedidos. Mas é possível identificar rapidamente quais provavelmente não estarão no mercado daqui a um ano ou dois.

Há uma diferença bastante clara entre franchisadores e colectores de direitos de entrada. Para distingui-los basta analisar que serviços de suporte são prestados pelo franchisador.

Se um franchisador cobra um valor muito baixo como direito de entrada, desconfie. Pergunte a seguir como funcionam os royalties e que serviços estão incluídos pelo pagamento destes. E a seguir questione qual é o número de pessoas que assegura estes serviços. 

Importa fazer estas duas perguntas nesta ordem. Afirmar que o serviço de suporte engloba diversas actividades é fácil. Mas é difícil convencer um potencial franchisado de que este apoio será assegurado se não houver uma equipa de suporte bem estruturada. E esta equipa não pode ser reduzida ao próprio franchisador e mais uma ou duas pessoas.

Pode soar a ingenuidade ter que afirmar isso, mas a verdade é que é muito comum haver novos franchisings que  apenas querem aproveitar a "moda" para angariar o valor proveniente do direito de entrada. Questionar sobre a estrutura e sistemas do franchisador ajuda a diferenciar empresários e mercenários.

Franchisings de um mesmo sector muitas vezes podem todos parecer iguais à primeira vista. Mas não se esqueça: nem tudo o que reluz é ouro. 

Se está decidido em abrir um franchising no sector da compra de ouro não se deixar levar pela tentação de considerar apenas o direito de entrada como factor para a tomada de decisão. Há muitas outras variáveis que podem e devem ser consideradas.

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