Surpreende o número de empresas que não trabalham em regime de franchising e, apesar disso, possuíam stands na Expofranchise. Algumas das empresas presentes trabalham em regime de agência e outras apenas estavam à procura de distribuidores.
Procurar distribuidores é bastante diferente de procurar franchisados. Um franchisador tem interesse no sucesso do franchisado, porque é daí que retira o seu lucro, através de royalties, que normalmente são definidos como uma percentagem das vendas do franchisado.
Um empresa à procura de um distribuidor também tem interesse no sucesso do parceiro, mas não retira o seu lucro através de royalties. Isso faz uma grande diferença.
Um distribuidor normalmente é alguém que compra algo do produtor - via de regra em grande escala - e depois revende a retalho. Nesta situação o produtor retira o seu lucro no momento em que o distribuidor realiza uma compra. Não precisa que o distribuidor seja bem-sucedido após isso, na venda ao consumidor final. Daí fica bastante claro a diferença com o franchising.
O risco para o novo distribuidor, portanto, é altíssimo. Se não tiver cláusulas que o ressalvem estabelecidas num contrato, pode investir muito em comprar ao produtor e depois ficar com o produto encalhado na prateleira durante meses. O produtor, a priori, não tem nenhuma responsabilidade e não terá preocupação caso isso ocorra. Já teve o seu lucro no momento em que o distribuidor comprou-lhe.
Uma vez esclarecido isso, convém chamar mais uma vez a atenção aos novos empreendedores para que passem por um período considerável de reflexão antes de assinarem um contrato de franchising. Houve expositores do evento que ofereciam descontos significativos para franchisados que fechassem negócio durante o evento ou pouco tempo após este. Este tipo de tática é proibido nos Estados Unidos, onde existe uma lei a regular contratos de franchising, que estabelece um período de reflexão. Trata-se de uma importante proteção jurídica para que o potencial franchisado não tome um decisão pela qual possa se arrepender depois.
E para terminar uma nota para um novo conceito, de origem espanhola, cujo potencial de crescimento parece ser bastante interessante. Trata-se da Interdomicílio, que tem como proposta de valor um número único de telefone que pode ser chamado para a resolução dos mais variados tipos de problemas, desde explicações a estudantes de secundário, até obras na casa. Por enquanto possui apenas um franchisado em Portugal.
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