quarta-feira, 24 de julho de 2013

Low Costa.Come não é um Franchising


Muitos certamente não se lembram, mas já não é o primeiro conceito de padaria em regime de franchising que surge em Portugal. E também não será o último a não dar certo. Por várias razões.

Primeiro é preciso ver que o conceito, em rigor, não é um franchising. Paga-se direito de entrada, mas não se pagam royalties em função das vendas e sim um valor fixo mensal ao dito "franchisador". O que isto significa? Que o franchisador não tem nenhum interesse ou estímulo para que os franchisados sejam bem-sucedidos. Quer tenham, quer não tenham lucro, pagarão um valor fixo ao franchisador.

Importa insistir no ponto de que o conceito não é um franchising. É o próprio criador quem o diz:

"Se não somos flexíveis, não temos sorte. À medida que a economia vai mudando, vamo-nos adaptando. Não podemos ser estúpidos e padronizar o conceito, temos de nos ajustar ao que existe."

Ora, se considera estúpido padronizar um conceito, então não há uma uniformização em torno de um marca consistente. É como dizer aos franchisados da McDonald's que podem, a partir de hoje, pintar a loja da cor que preferirem. E, caso queiram, podem substituir o "M" amarelo à entrada do estabelecimento por qualquer outra letra que preferirem.

Isso não é franchising. O máximo que se pode reconhecer aqui é um contrato de distribuição, na medida em que existe uma "central de compras" que adquire os produtos ao fornecedores depois repassa-os às padarias. Sim, a central de compras pode representar uma vantagem para os clientes (entenda-se, as padarias, não os consumidores finais) que conseguem adquirir os produtos por valores mais baixos do que os que conseguiriam caso negociassem isoladamente cada uma com o fornecedor.

Para terminar, é preciso fazer algumas contas de padaria para verificar se o negócio é viável. 

Vejamos os dados: Espera-se que até o fim do ano existam 40 padarias, sendo que cada uma cria 12 postos de trabalho e prevê-se que a facturação anual será de cerca de € 15 milhões.

Isso significa que cada padaria factura cerca de € 375 mil ao ano. Ou € 31.250 ao mês, que são € 1.041 de facturação ao dia. Isso levando-se em consideração que cada padaria recebe cerca de mil clientes ao dia.

Atente-se que seria muito complicado uma padaria receber mil clientes ao dia. Supondo que uma padaria está aberta doze horas por dia, isso significa 83 clientes por hora. Uma loucura. Mais de um cliente por minuto. 

Mesmo supondo mil clientes por dia, isso significa que cada cliente gasta em média € 1,04 (um euro e quatro céntimos). Para uma padaria é até um valor razoável.

Mesmo supondo tudo isso, o negócio é insustentável. Quem o diz, mais uma vez, é o próprio criador do conceito:

"Em termos fiscais, a nossa empresa é uma maravilha para o Estado. Cada euro que vendemos, metade vai para o Estado" 

Portanto, cada padaria factura em média € 375.000 ao ano. Metade vai para o Estado. A isto é preciso acrescentar o food cost, que, muito dificilmente é inferior a 25% (Apenas a título de comparação, refira-se que o food cost da McDonald's é de 28%).

Portanto, se metade da facturação vai para o Estado (€ 187.500) e sendo irrealisticamente optimista relativamente ao food cost (€ 93.750), sobram € 93.750, o que dá € 7.812,50 ao mês para pagar:

  • Renda
  • Electricidade
  • Gás
  • Água
  • Leasing das máquinas (se for o caso)
  • Vencimento de 12 pessoas (caso cada uma receba o salário mínimo, isso significa 7.202,25 ao mês só com vencimentos).
  • Todo o resto

Até um dono de padaria nota rapidamente que esse negócio é inviável.

A fonte dos dados para este artigo pode ser consultada aqui.

Abaixo segue o cálculo - muito grosseiro - dos vencimentos:
Vencimento-base: € 485. (A)
Segurança Social a cargo da entidade patronal (23,75%): € 115,18. (B).
(A)+(B)= € 600,18
€ 600 x 12 trabalhadores = € 7.202.

É preciso ressalvar que isso pressupõe que cada trabalhador está a tempo inteiro, o que não necessariamente será verdade.
Por outro lado, o subsídio de alimentação não foi considerado. E também o facto de que não se pagam 12 salários ao ano, mas sim 14. Portanto, na realidade, o valor de € 7.202 é uma aproximação bastante grosseira e que considera valores muito abaixo da realidade.

A pergunta mais importante: algum dos "franchisados", até agora, teve lucro?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

RE/MAX Vantagem

No meio de tanta depressão económica é no mínimo uma ironia encontrar uma notícia a dizer que um negócio imobiliário corre bem.

O mais interessante é que o negócio anunciado é apenas para angariar agentes comerciais.

http://www.bestfranchising.pt/ver_noticia.aspx?idnoticia=1543

Grupo RE/MAX Vantagem fecha primeiro semestre com balanço positivo
No primeiro semestre de 2013, Grupo Vantagem, marca do universo RE/MAX Portugal que atua no setor imobiliário, registou um crescimento no volume de negócios (39%), no número de transações (45%) e nos elementos da equipa comercial (30%), face ao período homólogo. Além disso, o Grupo inaugurou duas novas agências desde o início do ano.

O Grupo RE/MAX Vantagem continua a contrariar as tendências depressivas da atual conjuntura económica, registando um aumento no volume de negócios, bem como no número de transações, de elementos da equipa comercial e de agências.
O balanço positivo do Grupo resulta de um trabalho profissional, desempenhado por uma equipa formada, motivada e com a capacidade de continuar a ajudar as famílias portuguesas nesta altura de retração.
O Grupo RE/MAX Vantagem continua a criar oportunidades para os profissionais imobiliários que são desaproveitados, ou até esquecidos, em outras redes ou mediadoras tradicionais, oferecendo-lhes uma nova realidade, proativa, dinâmica, com formação contínua e uma atitude assertiva que lhes permite continuar a crescer o seu negócio.
O Grupo inaugurou ainda duas agências desde o início do ano: a RE/MAX Vantagem VI, em Santarém, e a RE/MAX Vantagem VII, em Loures.
Para mais informações sobre o Grupo RE/MAX Vantagem visite www.remax.pt/vantagem ou a página de Facebook http://www.facebook.com/gruporemaxvantagem.
Sobre a RE/MAX Vantagem
A RE/MAX foi fundada em Denver, Colorado, EUA, em em 1973 e é, atualmente, a maior rede internacional de franchising imobiliário. A sua área de atuação inclui 65 países por onde se dispersam as mais de 7000 agências e cerca de 120000 agentes associados.
A entrada no mercado português aconteceu em 2000 por intermédio de ser aplicado um modelo de negócio inovador e de sucesso em todo o mundo que viria alterar e dinamizar a forma de vender e comprar imóveis em Portugal. Em 12 anos, a marca conta com uma rede nacional de mais de 200 agências que integram 3000 profissionais, uma posição consolidada de líder no setor imobiliário e com prémio e reconhecimentos vários do trabalho até agora desenvolvido.
A partir da "marca mãe" surgiu, em 2007, a RE/MAX Vantagem, um desafio inovador e prestigiado dentro do universo RE/MAX Portugal. Conta com cerca de 150 profissionais entre as 7 agências situadas no Carregado, Lisboa, Alverca, Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos, Santarém e Loures. O principal objetivo é criar condições de excelência nos serviços prestados aquando da compra ou venda de um imóvel. Os Comerciais RE/MAX Vantagem seguem uma filosofia pró-ativa e estudada para ir ao encontro das necessidades do cliente.